EXISTEM MAIS DE 600 TRANSTORNOS NEUROBIOLÓGICOS, VC SABIA?
- Tendência Inclusiva
- 1 de set. de 2017
- 3 min de leitura
Existem mais de 600 transtornos neurobiológicos catalogados, que podem ter origem genética e estão relacionados à disfunção na região pré-frontal do cérebro, responsável por controlar os impulsos, inibir comportamentos inadequados e também pela capacidade de planejamento, organização, atenção e memória, entre outras funções.
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um desses transtornos e afeta 5% das crianças em todo mundo de acordo com recente pesquisa realizada pelo Sydney's Child.
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, junto com a dislexia, a principal causa de fracasso escolar e está presente em 7% das crianças no Brasil (Mattos, 2001). Ao longo do tempo, este transtorno tem se apresentado com nomes diferentes ao longo da história, como: Lesão Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância, Distúrbio do Déficit de Atenção ou Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção/Hiperatividade (Poeta e Neto, 2006). Apesar disso, os sintomas e consequências são os mesmos, baixo rendimento escolar e baixa estima.
Existem muitas discussões acerca do TDAH, principalmente em relação a sua existência ou não, já que desatenção, impulsividade, hiperatividade, dificuldade em seguir rotinas, memória ruim, desinteresse, são sintomas do transtorno, mas também fazem parte das fases de vida do indivíduo, o que dificulta a sua identificação por parte da escola e da família. Todas essas características são facilmente encontradas (algum desses e não todos) em boa parte das crianças e de adultos nos dias atuais. A sociedade moderna, a velocidade da informação e as redes sociais podem causar ou acentuar todos esses sintomas, mas é importante pontuar que o TDAH é um transtorno com uma série de especificações e estudos comprovados acerca do assunto. O TDAH pode se apresentar de três formas diferentes: indivíduos que apresentam predominantemente as dificuldades de atenção; outro que prevalece a impulsividade e a hiperatividade; e o que combina a impulsividade, hiperatividade e desatenção. O tipo com predomínio de desatenção é mais frequente no sexo feminino. Nos tipos que apresentam, predominantemente, as dificuldades de atenção, são apresentadas características marcantes de falta de atenção e dificuldade para perceber os detalhes, o que leva a erros grosseiros nas atividades, sejam elas escolares ou não. Apresenta uma falta de organização o que dificulta ainda mais o cumprimento de suas atividades. Parecem, ainda, não escutar o que se fala com ela diretamente.
É importante pontuar que, embora seja mais comum a identificação do TDAH em crianças, existem casos que o transtorno foi identificado na adolescência ou até mesmo na idade adulta. O tratamento pode variar de acordo com a predominância de sintomas no período do diagnóstico. Geralmente, no período mais crítico da alfabetização (6 a 9 anos) o médico neurologista pode indicar o uso de medicação, mas essa escolha é estritamente médica e deve ser tomada juntamente com a família e a escola.
O diagnóstico correto pode mudar a vida do indivíduo, sobretudo em relação a aprendizagem e na maneira como a família e a escola percebem e lidam com o aluno. O que, muitas vezes é tratado como preguiça, desobediência, desinteresse, pode ser uma dificuldade de fato e estar diretamente ligada ao insucesso escolar e até mesmo nas tarefas diárias de casa e dos espaços de interação.
Se você se identificou com o que foi exposto aqui, precisa de ajuda e não sabe o que fazer, procure a Assistiva e conheça mais sobre o TDAH e outros transtornos de aprendizagem.

Referências
Ciências & Cognição 2010; Vol 15 (1): 241-251 © Ciências & Cognição Submetido em 25/09/2009 | Revisado em 15/03/2010 | Aceito em 17/03/2010 | ISSN 1806-5821 – Publicado on line em 20 de abril de 2010 243
Mattos, P. (2001). No mundo da Lua: Perguntas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Lemos Editorial.
Poeta, L.S. e Neto, F.R. (2006). Estudo epidemiológico dos sintomas do transtorno do déficit de atenção/hiperatividade e transtornos de comportamento em escolas da rede pública de Florianópolis usando a EDAH. Rev. Bras. Psiquiatr., 26 (3), 150-155.

Tatiane Teixeira Alves é Socióloga, formada pela Universidade Católica de Minas Gerais. Pós graduada em Psicopedagogia Clínica, Educação Inclusiva e comunicação Assistiva pela Universidade Cândido Mendes . Sócia fundadora da Assistiva – Acompanhamento Educacional especializado que oferece o apoio pedagógico para pessoas com necessidades educacionais específicas, sob a premissa de que “Se uma criança não consegue aprender da maneira que está sendo ensinada, é preciso mudar o método de ensino para que ela aprenda”.
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