O PROFISSIONAL DO FUTURO E O OLHAR PARA A DIVERSIDADE
- Tendência Inclusiva
- 2 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Se pensarmos na Teoria da Evolução*, de ‘Darwim’, o trabalho desenvolvido no modo tradicional, já está mudando... Muitas tecnologias estão substituindo pessoas, muitas profissões já não existem mais. Vocês se lembram quantas pessoas ficaram desempregadas, quando surgiu o porteiro eletrônico das cancelas de estacionamentos de shoppings e supermercados? Quantos telefonistas foram substituídos pelo atendimento eletrônico? Quantas lojas se tornaram virtuais? Qual educação será necessária? O que será solicitado ao profissional do futuro?
Estudos como o ‘Design Thinking¹’, ‘Negócios de Impacto Social²’, entre outros, mostram o quanto na atualidade já se fala de um futuro, no qual tem as mesmas premissas de olhar e respeito para a diversidade, com o trabalho pautado na colaboração, na transdisciplinaridade**, centrado na pessoa, nos relacionamentos e não em colocar em prova ou afirmação de um conceito, do melhor ou do pior, podendo causar sentimentos de superioridade e inferioridade.
Não cabe mais a disputa pelo território (sendo ela física ou de um posto de trabalho), criando ambientes competitivos e destruidores de harmonia no ambiente profissional e educacional. Cada vez mais se dá valor àquilo que é intangível (não palpável, não aparente), mas sim valor ao que é vivenciado e sentido, como valores éticos, empatia, paz, relacionamentos afetuosos, de compreensão e respeito ao próximo.

As pessoas que buscavam (e buscam) status na empresa, que não consigam lidar com sentimentos de posse, ciúmes e inveja, talvez não caberá mais a isso. Com hierarquias cada vez mais horizontais, vem se valorizando o potencial, as competências, habilidades e história de vida de cada um, assim como qual objetivo a pessoa deseja para si em sua vida particular, de modo qualitativo e não quantitativo, como segurança, qualidade de vida, harmonia na família e com amigos, entre outros intangíveis. O que a pessoa gosta de fazer, o que faz sentido profissionalmente para ela? O que a deixa feliz?
Será valorizado a unicidade de cada um e não a cópia em busca de um status.
Em alguns países, profissões como faxineiro, pedreiro, manicure, cozinheiro, babá, entre outros, são tão importantes e valiosos como outros. Alguns brasileiros foram para esses locais, porque lá conseguem ganhar dinheiro como qualquer outro que está em cargo de gestão no Brasil, assim como lá há deputados, vereadores que são vistos como pessoas comuns, que fazem os seus deslocamentos em transportes públicos e são cobrados e fiscalizados pela população como trabalhadores para a sociedade civil.
Com isso, falamos em educação sócio emocional e um olhar sistêmico do mundo, que se refere da pessoa ter consciência sobre seus talentos, competências, habilidades, sentimentos e pensamentos, para um equilíbrio emocional nos relacionamentos com as pessoas ao seu redor, valorizando a si e ao outro e com a consciência de que ninguém é autossuficiente para fazer um trabalho sozinho.
Com a união de todos, com a diversidade de cada um, um pode unir-se ao outro, colaborando para o desenvolvimento do trabalho e do mundo, como peças de quebra-cabeça, na qual cada peça é importante para a construção do todo, de uma forma ética, para o bem-estar de todos.
*Teoria da Evolução: a teoria da seleção natural, Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes (https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioselecaonatural2.php)
**Transdiciplinaridade: na área educacional, é um modo de pensar organizador que pode atravessar as disciplinas e que pode dar uma espécie de unidade.
1. Design Thinking: “na prática, é uma abordagem centrada no ser humano que acelera a inovação e soluciona problemas complexos” (MINI TOOLKIT DESIGN THINKING, in: Design Thinking for educators toolkit: http://www.designthinkingforeducators.com);
2. Negócios de Impacto Social: negócios com soluções inovadoras de alto impacto para melhorar a vida de pessoas, oferecendo iguais oportunidades para todos (ARTEMISA, in: https://artemisia.org.br)

Luciane Kadomoto é Psicóloga, pós-graduada em Educação Inclusiva e Deficiência Intelectual pela PUC SP, especialista em inclusão de Pessoas com Deficiência para o mercado de trabalho, docente do Senac Jundiaí, professora de Psicologia, Relações Humanas e inclusão em cursos de Administração, Orientadora e Consultora de educação inclusiva. Psicóloga Clínica. Atuante na área desde 2004.
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