2016 NA VISÃO DOS JOVENS BRASILEIROS
- Tendência Inclusiva
- 25 de abr. de 2016
- 3 min de leitura
Os jovens brasileiros de hoje nasceram e cresceram em uma época próspera, com estabilidade econômica e oportunidades de desenvolvimento. Com a crise vivida atualmente no país, o cenário mudou e estes mesmos jovens agora sentem os duros efeitos da recessão quando chegam ao mercado de trabalho.
Segundo pesquisa do DIEESE, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos, quase um quinto da população jovem brasileira de dezoito a vinte e quatro anos está desempregada.
Ao desconsiderarmos os jovens de quatorze a dezessete anos que procuram por uma oportunidade de estágio ou de atuação como Menor Aprendiz, esta é a faixa etária em que o índice de desocupação é mais alto.
Uma pesquisa recente do CIEE, Centro de Integração Empresa Escola, mostrou que no último ano os jovens reduziram despesas com lazer (28%), roupas (18%), alimentação (4%) e transportes (3%) devido ao momento econômico nacional.
Ainda segundo o DIEESE, houve um ingresso progressivo dos jovens no mercado de trabalho nos últimos dez anos frente aos anos noventa, quando os jovens enfrentavam gravemente o requisito da falta de experiência, que os impedia de acessar o mercado de trabalho.
Mas, o que isso pode significar?

Essa nova geração tende a enfrentar problemas muitas vezes semelhantes aos dos profissionais que chegaram ao mercado de trabalho no início da década da globalização.
Assim, é preciso entender que para se colocar no mercado de trabalho neste e nos próximos anos a palavra de ordem é ação, ou seja, buscar aprimoramentos com foco profissional são mais que diferenciais, são indispensáveis.
Em contrapartida, o que as empresas buscam e qual a razão para o aumento do desemprego entre os jovens?
De modo geral, a força de trabalho dos jovens é muitas vezes vista pelas organizações de forma complementar.
Por estes profissionais terem acumulado menos experiência profissional, bem como menor tempo de atuação, muitas vezes tornam-se alvos fáceis de remanejamento, uma vez que as empresas procuram manter os mais experientes em seus quadros visando uma rápida retomada da produtividade em momentos de crise como a que o país enfrenta atualmente.
Assim, mais uma vez é preciso que o jovem profissional esteja alerta não apenas a sua formação acadêmica, mas principalmente aos passos que planeja para sua carreira.
Cursos abertos, por exemplo, são uma ótima forma de ampliar a rede de relacionamentos e ainda obter conhecimentos que podem servir como fatores de diferenciação no momento de uma entrevista, bem como atividades de voluntariado ou mesmo estágios não remunerados.
Por outro lado, o que as organizações também precisam entender definitivamente é que não se obtém mão de obra qualificada sem nenhum investimento.
Ao considerarmos que o cenário do ensino no país requer cada vez mais atenção, pois ainda busca formar indivíduos funcionais e não necessariamente críticos e pensantes, cabe, muitas vezes, às próprias empresas moldarem, ou mesmo complementarem a formação acadêmica de seus colaboradores, seja em momentos de contratação, tais como nos programas de capacitação inicial, ou mesmo em ações de reciclagem ou aprimoramento.
Assim, fica claro que o encontro ideal envolve jovens profissionais que estejam em ação, que busquem formas criativas e eficientes de se manterem atualizados e empresas que compreendam que no atual momento brasileiro, ainda vale investir na formação de jovens profissionais e moldá-los não apenas ao modelo, mas também à cultura da organização.
Pense nisso!
Rodrigo Anunciato
Revisão: Sílvio Carvalho
Comentários