ERA DA VULNERABILIDADE
- Tendência Inclusiva
- 20 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de fev. de 2019
Bem-vindos a Era da Vulnerabilidade.
Você sabe o que realmente significa a palavra vulnerabilidade?
Segundo as mais diversas definições encontradas nos dicionários, a palavra vulnerabilidade está intimamente relacionada a termos como fraqueza, insegurança e fragilidade, mas na verdade o real significado desta palavra, cada vez mais utilizada e admirada nos mais diversos meios, inclusive como um requisito no mercado de trabalho, de fato é bem diferente.
O real sentido da palavra vulnerabilidade começou a ganhar forma e força dentre vários fatores, por meio da autora e pesquisadora Brené Brown.
Ao iniciar suas pesquisas no campo da assistência social, Brené Brown dividiu os participantes de seu estudo em dois grupos: o primeiro apresentava dificuldades para construir relações fortes, verdadeiras e duradouras, muitas vezes devido à vergonha, intimamente ligada ao sentimento de vulnerabilidade.
Já no segundo grupo estavam as pessoas capazes de construir relacionamentos fortes e verdadeiros, que reconheciam sua vulnerabilidade, mas que não sofriam ou sentiam vergonha por isso.
Ao analisar profunda e minuciosamente todas as entrevistas, Brown deparou-se com algo que compartilhou não apenas em palestras e vídeos, mas também em um de seus mais diversos livros, traduzido para a língua portuguesa com o título de “A coragem de ser imperfeito”.
Dentre todos os depoimentos contidos no livro, um deles define claramente o que para mim resume a chave da vulnerabilidade.
A autora de “Projeto Felicidade”, Gretchen Rubin, coloca aos leitores a seguinte afirmação: “Nos tornamos fortes ao aceitar nossa vulnerabilidade, e somos mais ousados quando admitimos nossos medos”.
Pode parecer complexo, e de fato é, mas tenho vivido exatamente este paradoxo em minha vida.
Em meio a uma transição de carreira não planejada, a qual sempre vi de maneira amedrontadora, e um relacionamento amoroso que ganha cada vez mais força, mesmo que temporariamente vivido à distância por força das circunstâncias, surgiu em mim o que considero algo novo.
Segurança sempre foi uma palavra fundamental para mim e só de imaginar a mínima possibilidade de correr um risco sequer eu já me apavorava. Os fatos e os momentos recentes trouxeram com eles a necessidade de lidar com a minha insegurança em me expor, ou mesmo de tomar decisões.
Não, nunca foi a questão de falar para grandes públicos, ou mesmo de escrever sobre diversos assuntos, mas uma insegurança em ser autêntico, na essência real da palavra. Assim, muito próximo ao que o segundo grupo da pesquisa de Brené Brown apresentou, os últimos dias me permitiram, mesmo a minha própria revelia inicial, correr riscos de uma forma autêntica e franca, de fazer coisas sem nenhuma garantia.
Sem que eu me desse conta passei a me desarmar, abrindo-me para experiências que traziam ainda mais propósito e significado para mim e para a minha vida, o mesmo que o segundo grupo mostrou a Brené Brown.
Para o segundo grupo, a sensação de vulnerabilidade não era confortável, mas também não era dolorosa. Todos acreditavam simplesmente que o sentimento de vulnerabilidade era primordial para fortalecer suas relações e permitirem-se ter a coragem de ser autênticos de todo o coração, reconhecendo e valorizando inclusive suas próprias imperfeições.
Eis a chave da vulnerabilidade e principalmente do que as empresas esperam de seus times: ousadia, coragem e autenticidade.
Eu também aprendi e aprendo isso muitas vezes na marra desde então, mas confesso que ao tirar a máscara, ao colocar a armadura de lado e me permitir ser quem realmente sou, sem medo dos erros, dos julgamentos, ou mesmo daquilo que os outros vão pensar ou dizer, passei a me sentir mais forte, mais próximo e consciente de mim mesmo e principalmente mais feliz!
Pense nisso!


Rodrigo Anunciato atua há mais de 20 anos na área de Recursos Humanos com foco em projetos de Treinamento & Desenvolvimento para os mais diversos segmentos da indústria, varejo, atacado e serviços, é coautor do livro “A transformação dos negócios na Omniera”, além de Consultor e Palestrante".
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