ONDE ESTÃO NOSSOS MEDICAMENTOS?
- Tendência Inclusiva
- 16 de abr. de 2018
- 3 min de leitura
Vamos falar sobre algo emergencial. A saúde pública está a muitos anos agonizando por socorro. E como alguns até dizem, é um dos sistemas mais bem estruturados que ainda tem um programa para abastecer a saúde de alguns da população brasileira. Ainda não foi privatizado e limitado o direito à vida somente aos privilegiados. Mas está indo à falência, juntamente com a constituição e os Direitos Humanos. Não podemos deixar que nos tirem mais esse direito.
Para uma pessoa com doença rara, que via de passagem, é um grupo de pessoas que exerce sua cidadania e são contribuintes para a economia do país, está correndo sérios riscos de vida, se não tiver seu medicamento. São profissionais de todas as áreas, é aquele seu amigo que fala que tem enxaqueca, aquele seu colega de trabalho que comenta ocultamente sobre convênios e garantias, aquela pessoa que tem um filho pequeno, e por aí vai. A falta de medicamento na rede pública envolve vários questionamentos em relação ao que está sendo feito desses remédios. Se há máfia da indústria farmacêutica? Como esses remédios chegam até o Brasil? Quais deles são produzidos aqui? Quais marcas fizeram convênio com o SUS? Por que alguns deles não fornecem mais? Qual o problema que está ocorrendo para essa falta de atenção.

Alem de listar a falta dos remédios podemos fazer uma lista de pessoas que já morreram em decorrência da ausência no estoque. Mas não podemos desistir, somos muitos com diversas diferenças e diversidades. Hoje temos a tecnologia da informação como nossa auxiliar. Existem várias associações relacionadas às doenças raras, grupos de ajuda e doação de medicamento. Eu por exemplo, faço parte de dois grupos de doenças raras: #Família Histiocitose e #Diabetes Insípidus. Lá nos ajudamos e acalmamos uns aos outros nos momentos difíceis. A nossa problemática e luta é grande e temos que nos unir. Corremos sérios riscos de perder nossos direitos de sobrevivência.
“Eu sinto que há um descaso muito grande do Estado em relação aos medicamentos para doenças como as nossas. Como nossa doença não causa aspectos físicos visíveis, a gravidade da doença é ignorada. A Diabetes Insípidus sem o devido tratamento e controle pode levar a resultados muito severos para a saúde e, em casos mais extremos de falta de tratamento e privação hídrica pode ser fatal. Falta de conhecimento, reconhecimento e respeito conosco.” (Cindy Richter é de Ivoti- RS, Chef Pâtissier, possui DI há 8 anos, sem receber medicamento há 3 meses)
“Eu acho que é sabido, mas ninguém está nem aí mesmo, o dinheiro é “desviado” para onde se é mais interessante, em épocas de pouca arrecadação se tira da onde dói menos para eles, na nossa necessidade.
Por isso que não acredito em Ouvidoria, todo mundo sabe o que acontece, não estão nem aí para ninguém, pode morrer à vontade, é só o povo querendo remédio de graça.” (Guilherme Monteiro é de São Paulo, 40 anos, empresário, possui DI, sem receber medicamento há 2 meses)
Pessoas como Cindy e Guilherme necessitam dos medicamentos para continuar exercendo suas funções e ter uma vida com uma saúde digna.
Eu sou Helen Dieb de Brasília, professora e mãe de Heitor Gabriel que possui da Diabetes Insípidus há quase 2 anos, sem medicamento no estoque há 9 meses.


Helen Dieb é formada em licenciatura de artes cênicas pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Mora em Brasília e trabalha como professora de artes, atriz, performer, cantora e compositora da capital.
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