O QUE PODEMOS APRENDER COM "EXTRAORDINÁRIO"?
- Tendência Inclusiva
- 14 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
Se você acompanhou as recentes estreias do cinema, em algum momento deve ter se deparado com o filme “Extraordinário”.

O filme, adaptação do livro homônimo escrito já há algum tempo por R. J. Palacio conta com um elenco de estrelas, como Julia Roberts e Owen Wilson e trata de forma leve e extremamente impactante a relação de Auggie, um menino de dez anos, com o mundo que o cerca.
Auggie possui numa deformidade facial e por muitos anos foi educado em casa pela mãe, devido às várias cirurgias as quais teve que se submeter desde o seu nascimento.
Em um determinado momento, os pais da personagem decidem matricular o filho em uma escola regular e exatamente neste ponto, a história de August Pullman começa a se transformar.
Repleto de situações que infelizmente a maioria de nós conhece bem e sente na pele, tanto o livro quanto o filme nos fazem refletir sobre bullying, diversidade, deficiência, amor, aceitação, superação e coragem.
Mas, o que talvez muitos dos que têm sido impactados pela história de “Extraordinário” não sabem é que a autora R.J. Palacio, esposa, mãe de dois filhos e profissional de design na cidade de Nova York, nos Estados Unidos criou a história de Auggie e sua família a partir de uma situação vivida por ela, em uma sorveteria, juntamente com seus dois filhos, como ela mesma conta:
"Estava em uma sorveteria, acompanhada de meus dois filhos, quando me aproximei de uma menina com uma grave deformidade facial. Assustado, meu filho mais novo, de 3 anos, começou a chorar bem alto e o de 10 pareceu alarmado. Rapidamente tirei os meninos de perto − não por eles, mas para não magoar a garotinha. Nunca mais volte a vê-la, mas não consegui parar de refletir sobre o ocorrido. Eu comecei a pensar em como devia ser a vida para aquela família, para aquela menina, pois aquela situação provavelmente se repetia dezenas de vezes por dia. Centenas, talvez.”
Assim, pensando no que poderia ensinar aos seus filhos para que eles pudessem entender e agir frente a uma situação como aquela no futuro, Palacio teve a ideia de escrever “Extraordinário”.
Para que você tenha uma ideia da repercussão, a obra foi eleita como um dos melhores livros de 2012 pelo jornal “The New York Times” e pela Amazon.

Mas, não pense você que a autora parou por aí.
Para espalhar a mensagem sobre a importância da compaixão, aceitação e gentileza, R.J. Palacio iniciou uma campanha anti-bullying no site www.choosekind.tumblr.com, da qual milhares de crianças já participaram.
Pode parecer controverso para alguns que um livro, retratado no cinema com tamanha comoção tenha sido escrito por alguém que não vive a deficiência em seu cotidiano, mas a forma simples e intensa com que a história de Auggie é narrada, tanto no livro quanto no filme, deixa claro que este é mais um passo rumo a um mundo cada vez mais inclusivo.
Todos nós que de alguma forma, lutamos pela inclusão sabemos que ainda há um longo caminho pela frente, mas movimentos artísticos como esse também nos mostram que já percorremos um bom trecho dele até aqui e nos ensina que o que vale mesmo é a estrada percorrida e não a chegada a qualquer preço.
Pense nisso!


Rodrigo Anunciato é Bacharel em Comunicação Social. Master of Business Administration em Recursos Humanos. Gerente de Soluções e Projetos da área de Gestão & Talentos da GS&MD-Ebeltoft Brasil. Atualmente é responsável pela gestão de soluções, condução de ações de desenvolvimento de metodologias, conteúdos e gestão de projetos para o setor de varejo e internacional. Há mais de 10 anos no setor de recursos humanos sendo os últimos 6 anos na GS&MD-Gouvêa de Souza.
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