HÁ MAIS CRIANÇAS COM AUTISMO NO MUNDO, DO QUE COM AIDS, CÂNCER E DIABETES JUNTOS.
- Tendência Inclusiva
- 2 de abr. de 2017
- 2 min de leitura
Esse dado alarmante foi extraído de um artigo publicado pelo Hospital das Clinicas da Universidade Federal do Paraná.
Acredita-se que sejam mais de 70.000.000 (setenta milhões) de pessoas no mundo, 2.000.000 (dois milhões) só no Brasil (dados da ONU 2011).
Por este motivo a ONU (organização das Nações Unidas) definiu todo 2 (dois) de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Pede-se neste dia mais atenção ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
É preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes de cada nação para a criação, sobretudo a implantação de políticas públicas para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de dar apoio às pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce e uma intervenção prematura podem oferecer qualidade de vida às pessoas com autismo.
No Brasil a situação não é diferente. Atendendo esse apelo e sobretudo das milhões de famílias brasileiras que vivem dentro do espectro, a União, Estado e Munícipios celebram essa data através de leis que impõem discussões no âmbito da atenção a saúde, a educação, ao trabalho desses indivíduos, que como nós todos, são sujeitos de direitos e deveres. E como têm demandas especificas, têm direitos específicos, como os elencados na Lei 12.764/2012 – Lei do autismo, regulamentada pelo decreto 8368/2014.
O fato, porém, é que, além de legislar, muito pouco tem sido feito. É comum crianças autistas sem conseguir estudar. O Estado obriga a matrícula na rede pública e particular, em todos os graus de ensino, mas não oferece suporte e nem treinamentos adequados. Incluir é mais que inserir em salas de aula.
Com tanta dificuldade, alguns crescem e não conseguem mais estudar. Oferecem a algumas dessas pessoas a possibilidade de uma “terminalidade especifica” que equivaleria, em tese, à um certificado (que não capacita). Ficam sem ter onde frequentar, sem conviver com as diferenças, sem o apoio multidisciplinar adequado, sem qualidade de vida.
Os que conseguem estudar passam a vida tentando “provar” que são capazes de se inserir no meio, qualquer que seja este.
A última estimativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) é que 1 a cada 45 crianças estejam dentro do espectro. E mais do que nunca precisamos constatar que o autista cresce. Vive a adolescência, a fase adulta e a velhice.
Será sempre um peso para a família e para a sociedade se não mudarmos os paradigmas aceitar de uma vez por todas que podem SIM, ter autonomia, crescer em amplos aspectos, ter amigos, frequentar lugares, estudar, trabalhar... enfim, ter uma vida plena, normal e feliz .
Não adianta ser sujeito de “direitos não respeitados”.
Informe-se o universo autista. Leia a respeito. Procure saber se sua família, rua ou comunidade existe alguém dentro do espectro. Conviva. Inclua.
O ser humano só cresce administrando as diferenças. Amplie os horizontes. E lembre-se: os autistas não vivem num mundo diferente que o seu.
Fonte:
http://www.hc.ufpr.br/?q=content/ha-mais-criancas-com-autismo-no-mundo-do-que-com-aids-cancer-e-diabetes-juntos


Cynthia Prata Abi-Habib é formada em Direito, Pós Graduada em Direito Educacional. Mãe de autista de alto funcionamento é membro e uma das fundadoras da AsaTea - MG (Associação da Síndrome de Asperger no Transtorno do Espectro do Autismo de Minas Gerais) e luta pela inclusão do jovem autista de alto funcionamento no ensino superior/profissionalizante e no mercado de trabalho através de ações de conscientização e eventos.







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