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UM SHOW À PARTE

  • Foto do escritor: Tendência Inclusiva
    Tendência Inclusiva
  • 23 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

O Carnaval acabou, mas deixou para todos os que puderam acompanhar as transmissões dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro uma lição importante: deficiência e arte juntas podem ser sinônimos de beleza, precisão, superação e, porque não dizer, encantamento.

Foi isso o que a escola União da Ilha mostrou ao mundo com sua comissão de frente, composta por cadeirantes da Santer Rio Rugby, um bailarino da Associação Niteroiense de Deficientes (Andef) e um time de mais sete bailarinos.


A escola da Ilha do Governador (zona Norte do Rio) aproveita a Olimpíada para fazer uma ode ao Rio de Janeiro, poucos meses antes de a cidade sediar o evento. O enredo "Olímpico por natureza... Todo mundo se encontra no Rio" é dos carnavalescos Jack Vasconcelos (responsável pelo desfile vencedor do Grupo de Acesso de 2009, que alçou a escola de volta à elite) e Paulo Menezes, que substituem Alex de Souza, agora responsável pela Unidos de Vila Isabel.

Com tema e foco referentes aos jogos olímpicos de 2016 que serão sediados no Brasil, a comissão de frente da escola contou com o trabalho do coreógrafo Patrick Carvalho, o qual destacou que o desfile deste ano foi o maior projeto de sua carreira.

Patrick revelou ainda que esse foi um trabalho de superação, pois foi muito difícil achar os cadeirantes: "A gente ensaiava das 20h à 0h, de segunda a quinta-feira. Foi muito difícil porque eu estou acostumado a ensaiar de meia-noite até 6h, mas com eles a família fica preocupada, ligando", explicou.

A menos de uma hora para entrar na avenida, Patrick não escondeu a emoção. "Entro na avenida muito feliz de chegar aqui com esse trabalho. Por alguns segundos passou um medo, insegurança. É muita emoção. Só de chegar aqui já é uma vitória", disse o coreógrafo.


Patrick brinca ainda que não foi fácil para ele conseguir controlar os novos integrantes. "Eles deram muito pitaco na coreografia", disse o coreógrafo. Um dos integrantes é conhecido como Colino. O atleta paralímpico tem 47 anos e está estreando em uma comissão de frente. "Isso é maravilhoso! É muita emoção", comemorou.

Não podemos esquecer o que diz a Lei Brasileira da Inclusão - Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) em seu artigo 42: "A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: I - a bens culturais em formato acessível.”.


Cabe a nós revermos nossos pontos de vista e refletirmos sobre o quanto de beleza e sensibilidade há nesta iniciativa tão brilhante.

A União da Ilha deu um show à parte e merece toda nossa reverência.

Que esta seja uma iniciativa cada vez mais presente, não apenas no Carnaval, mas em todos os eventos ao redor do mundo.

Rodrigo Anunciato

Revisão: Sílvio Carvalho

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