A EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM ESCOLA REGULAR É UMA REALIDADE?
- Tendência Inclusiva
- 15 de mar. de 2015
- 3 min de leitura
Coluna de Luciane Kadomoto
Estratégias inclusivas na sala de aula.
No Brasil temos a Lei de Bases e Diretrizes para a Educação, no qual há a citação sobre o direito de TODAS as crianças, jovens e adultos a serem matriculados em Escolas Regulares. Mas no dia-a-dia, infelizmente ainda há a dificuldade de inclusão e acessibilidade para os alunos com deficiência.
Para que a inclusão realmente seja feita, o ideal é que TODOS os alunos estejam envolvidos e aprendendo o mesmo assunto de toda a sala. Mas ainda observam-se professores segregando a turma, ministrando uma aula sem acessibilidade e, para os alunos com deficiência aplicam outra matéria, com outros temas. Isso não é inclusão, isso é a exclusão dentro da sala de aula!
Mas colocando-se no lugar do professor, a didática de ensino para a diversidade ainda é um desafio constante (principalmente para os casos de alunos com deficiência intelectual, com espectro autista, transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, entre outros, de grau moderado à grave). Junto podem surgir angústias do profissional, seja por não conseguir atingir as expectativas dos pais, do corpo diretivo e das suas consigo mesmo.
Uma das estratégias que podemos utilizar é desenvolver o PEI (Plano Educacional Individual), verificando o que o aluno já tem em seu repertório de conhecimento, aprendizado e como ele pode evoluir, qual é a meta do ano para toda a sala na determinada matéria, como desenvolver as aulas de modo que haja a acessibilidade e inclusão e qual é a meta e o objetivo para o determinado aluno, respeitando o seu limite e diversidade. Se houver o diagnóstico, é importante ter um olhar de como este material pode ajuda-lo, e não ter um olhar discriminatório e limitador para o desenvolvimento do aluno.
Uma das experiências de consultoria que posso contar foi de analisar a necessidade do grupo de alunos e como podíamos ensinar a mesma matéria para duas alunas com deficiência intelectual (uma com Síndrome de Down e outra com Síndrome de Willians) e outro com Déficit de Atenção e Hiperatividade, na mesma sala de aula de outros 17 alunos sem deficiência ou necessidade de adaptação.
A aula foi sobre a regra de utilização das letras ‘M’ e ‘N’ no meio das palavras. Tiramos as carteiras dos lugares, deixando um grande espaço no centro da sala, desenhando no chão (com fita crepe), dois retângulos grandes, no qual um seria do grupo do ‘M’ e outro do ‘N’.
Junto com a professora, foi explicada a regra, com exposição na lousa, sempre em interação com os alunos. A partir do conhecimento do ‘ponto de partida’(repertório de conhecimento do grupo), foi orientado para que a professora colocasse na lousa as palavras, deixando em lacuna onde colocariam as letras ‘M’ ou ‘N’. Conforme as escolhas dos alunos, eles se direcionavam no grupo que havíamos desenhado no chão (retângulos ‘M’ ou ‘N’). Assim, um aluno ajudava o outro e, conforme a necessidade era explicada novamente através de exemplos, até que houvesse o aprendizado de todos. Os alunos que estavam com maiores dificuldades, chamamos para ficarem mais próximos das profissionais e convidados para auxiliar no preenchimento da lacuna (na lousa), com o auxílio e constante interação com o grupo, professora e psicóloga, de modo natural, lúdico e espontâneo.
Isso só foi um exemplo, mas, caro leitor (a), se quiser contribuir com alguma experiência ou didática de ensino, fique à vontade para nos enviar através do e-mail contato@t-inclusa.com.br e assim possamos analisar para divulgar informações, com o propósito de aprendizado, evolução e melhoria na inclusão e acessibilidade na educação.
Luciane Kadomoto

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