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REABILITAÇÃO E RECUPERAÇÃO

  • Foto do escritor: Tendência Inclusiva
    Tendência Inclusiva
  • 28 de fev. de 2015
  • 2 min de leitura

Coluna de Fernanda Coffers

Desorientada é o adjetivo que toda pessoa que sofreu uma lesão medular se autodenomina ao receber alta do hospital.

No centro de recuperação de lesão medular, onde fui coordenadora, em São Paulo (Centro de Recuperação Neuromotora, Saúde e Bem Estar Acreditando) , recebíamos inúmeras pessoas recém liberadas do hospital, que carregavam um ponto de interrogação na testa. E agora? Por onde começar? O que é melhor pra mim? E mais um milhão de perguntas relacionadas à lesão medular.

Para nossa sorte, este centro é dirigido por cadeirantes, que conhecem na pele todos os dilemas e todas as dificuldades que um recém lesado medular vive ao encarar a sua nova realidade. Com propriedade nos ensinou o que hoje escrevo.

O primeiro passo, muitíssimo importante, é conhecer tudo sobre a sua atual condição. No Brasil, temos o Instituto Sarah, que é um local onde se ensina, desde os cuidados básicos de saúde que um lesado medular deve saber, até detalhes bem práticos e indispensáveis no dia a dia, como tocar a cadeira, transferir-se de um local a outro e obter o máximo de autonomia.

A meu ver, o papel do Sarah é o de reintegrar e devolver ao mundo, um cidadão consciente de suas possibilidades e adaptado em sua condição.

Considero o trabalho deste centro de reabilitação indispensável,porém insuficiente para aqueles que querem algo mais do que apenas aprender a viver sobre rodas.

Hoje, o trabalho de atividade física que se baseia na plasticidade, que é a capacidade do cérebro de estabelecer novas conexões nervosas e, que pode recuperar funções motoras acometidas após a lesão, é uma opção que muitos cadeirantes nos EUA tem escolhido e aos poucos, no Brasil também.

Nos EUA, quando recebia o treinamento do Project Walk, o criador deste centro de recuperação baseado em exercícios físicos intensos, o educador físico Ted Dardzinski , me disse algo muito simples, “se você estimula o sistema nervoso, mais do que provável, você obterá alguma resposta, então, por que não estimular? Movimento gera movimento.

Não podemos afirmar que a pessoa recuperará a marcha, mas podemos dizer que ela estará imersa em estímulos motores, e obterá melhoras indiscutíveis de sua condição física em geral.

De qualquer maneira, o importante é fazer aquilo que nos faz sentido. Não há uma verdade única. O que faz de mim e de você uma pessoa feliz é totalmente pessoal e intransferível.

Fernanda Coffers



 
 
 

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