MUTANTE - Júnia Paixão
- Tendência Inclusiva
- 13 de nov. de 2014
- 1 min de leitura
Odeio rótulos. Isso é para biscoitos ou enlatados que precisam dizer exatamente o que trazem dentro da embalagem. Não somos produtos, eu não sou. Portanto, mesmo com algumas características óbvias, me dou o direito de me surpreender.
Podemos ser estudiosos, sem sermos nerds. Podemos gostar de tatuagens, sem sermos pucks. Podemos ser religiosos, sem sermos retrógrados. Podemos ser ricos, sem sermos arrogantes. Mas o mundo e todo mundo insiste em criar tribos, nomear comportamentos, limitar o conteúdo interno ou uma embalagem ousada a uma única descrição. Podemos ser vários e ao mesmo tempo sermos um só. Aí que mora o segredo.
Ler compulsivamente e não viver num casulo de letras; optar por não comer carne sem deixar de frequentar quem gosta de um bom churrasco; defender o meio ambiente sem se acorrentar a navios baleeiros; defender as leis antitabagistas sem banir de sua convivência os amigos que cultivam esse sofrível hábito. Ser livre é ser contraditório, é ser flexível, é estar aberto à diversidade, é mudar de opinião ou não, é ser plural.
Não me rotulem. Meu conteúdo é mutante!
Texto extraído do livro Mutante de Júnia Paixão

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