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NOSSO AMIGO CELULAR

  • Foto do escritor: Tendência Inclusiva
    Tendência Inclusiva
  • 28 de mai. de 2019
  • 4 min de leitura


Se você, assim como muitas pessoas nos dia de hoje considera seu celular seu maior amigo, chegou a hora de parar para refletir a respeito deste cobiçado objeto e discutir essa relação.


Não é de hoje que o celular ganhou a fama de ser praticamente um dedo das nossas mãos.


Nos dias de hoje é cada vez mais comum, e até mesmo estranho, não ver quem quer que seja com um desses aparelhinhos repleto de oportunidades nas mãos de crianças, jovens e adultos.


Isso sem contar nas suas mais incríveis variações, como tablets e afins.


Mas, porque será que estamos cada vez mais dependentes da tecnologia, ou mesmo, da necessidade de interação constante com o mundo virtual?


Em seu livro “Celular, doce lar”, a jornalista Rosana Hermann buscou explicar esta relação de amor e dependência, por meio de pesquisas e relatos de pessoas dos mais variados meios.


A primeira coisa que precisamos entender quando falamos desse “universo paralelo”, ao qual damos o nome de celular e sem o qual uma conexão de internet nos torna seres extremamente desesperados é que tudo, sim, exatamente tudo que você vai encontrar no seu celular, foi criado e desenvolvido para prender você o máximo de tempo e, o objetivo é simples: fazer você comprar, comprar e comprar ainda mais. Não importa se estamos falando de um aplicativo ou mesmo de uma rede social. O jogo aqui é prender você o máximo de tempo possível.


Alguns podem achar que não é bem assim.


“Poxa Rodrigo, eu não compro nada pela internet. Tudo que eu acesso do meu celular é gratuito!”


Se foi nisso que você pensou, preciso te explicar uma coisa: nada na internet é de graça.


Por mais que você não compre nada por meio desse aparelhinho fantástico, o simples fato de você navegar, pesquisar e interagir já significa que milhões e milhões de dados sobre você, seus gostos e interesses já foram coletados enquanto você fazia isso.


Se você ainda tem dúvida de que isso seja possível, repare bem em todas as publicidades que você visualiza enquanto navega e pense comigo: são ou não anúncios que parecem ter sido criados exclusivamente para você?


Não estou aqui com a pretensão de fazer você, ou quem quer que esteja lendo este texto, deixar de usar seu querido celular. A questão é outra. Estou aqui apenas para te lembrar que há vida, e muitas outras coisas que nosso amigo a base de bateria simplesmente não consegue nos dar.


Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Coreia, em Seul, na Coreia do Sul, mostra que pessoas viciadas nessas tecnologias têm maior propensão para sofrerem com depressão, ansiedade, insônia e impulsividade.


O experimento, apresentado no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, foi conduzido com 19 pessoas diagnosticadas com vício em smartphone ou internet, e com um grupo de controle também composto por 19 pessoas. 12 dos participantes adictos passaram por terapia cognitivo-comportamental por um período de nove semanas.


Os pesquisadores aplicaram aos voluntários questionários padrão para medir a severidade da dependência, com perguntas sobre como o uso da internet e do smartphone afetam suas rotinas diárias, vida social, produtividade, padrões de sono e sentimentos.


Como não seria de se estranhar, os participantes adictos tiveram notas maiores para depressão, insônia, ansiedade e impulsividade.


Outro estudo interessante, divulgado pela Motorola recentemente, identificou que 49% dos usuários de smartphones brasileiros consideram seu aparelho como "seu melhor amigo".


Esse levantamento foi feito em quatro países: Brasil, Estados Unidos, França e Índia, sendo que ele trouxe alguns dados importantes sobre o nível de dependência das pessoas em relação aos seus smartphones.

Os dados divulgados apontam que 46% dos usuários priorizam o smartphone em vez de passar mais tempo com os amigos, a família ou pessoas importantes.


Os dados apontam ainda que 61% dos entrevistados concordam que querem aproveitar o aparelho ao máximo enquanto o utilizam e, ao mesmo tempo, querem aproveitar o melhor da vida quando não estão com ele.

Além disso, 60% dos entrevistados disseram que reconhecem que é importante ter uma vida separada do celular.

No entanto, o índice brasileiro é de apenas 48%, ou seja, mais da metade dos entrevistados brasileiros ainda não têm a percepção do quanto a simples imersão neste universo repleto de tentações pode ser desastrosa para a vida fora da internet.


A Dra. Nancy Etcoff, especialista em Comportamento Mente-Cérebro e na Ciência da Felicidade pela Universidade de Harvard e psicóloga do Departamento de Psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts, comentou:


Para a maioria dos usuários de smartphones, o comportamento problemático é uma resposta impensada, e os hábitos impróprios somente serão superados com ajuda. Cutucadas comportamentais, controle ambiental e consciência são fatores que ajudarão, junto com os esforços daqueles que trabalham na indústria de smartphones.


A pesquisa também identificou os três principais comportamentos ligados ao smartphone que impactam as relações interpessoais:


(69%) concorda que verifica o celular com mais frequência do que gostaria e que se sente compelida a verificar o celular constantemente (54%).


Um terço (35%) concorda que passa tempo demais utilizando o smartphone e acredita que estaria mais feliz se passasse menos tempo no celular.


No Brasil, boa parte dos usuários se preocupa com a possível perda do dispositivo (76%).


Renata Altenfelder, diretora de marketing para América Latina da Motorola, comentou o resultado do levantamento:


O uso em excesso do celular é um tema em exposição crescente e, por causa disso, é importante estimular debates a respeito.


Com base em tantas informações, fica claro que este é um tema que requer atenção e deixo aqui um conselho, se é que posso: continue a usar seu smartphone sempre que tiver vontade, necessidade, curiosidade, mas com consciência de que a decisão é sua, e não de algum algoritmo que explora as vulnerabilidades do seu cérebro.

Por falar nisso, vou me atrever a te dar mais um conselho: nenhum contato virtual, seja ele qual for, é capaz de substituir um calor de abraço, o carinho de um beijo ou mesmo um bom cafuné.


Por isso, se você, assim como eu, valoriza esses pequenos grandes gestos, avalie o quanto disso pode estar desperdiçando enquanto olha fixamente para esta telinha luminosa a sua frente.


Pense nisso!







Rodrigo Anunciato

Rodrigo Anunciato atua há mais de 20 anos na área de Recursos Humanos com foco em projetos de Treinamento & Desenvolvimento para os mais diversos segmentos da indústria, varejo, atacado e serviços, é coautor do livro “A transformação dos negócios na Omniera”, além de Consultor e Palestrante".


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