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APRENDA A DIZER NÃO

  • Foto do escritor: Tendência Inclusiva
    Tendência Inclusiva
  • 1 de set. de 2018
  • 2 min de leitura

Realizando várias avaliações sobre a administração do tempo, percebi o quanto dizer ‘não' é difícil para muitas pessoas. Analisando a questão pela ótica cultural, é possível chegar a uma resposta para esse comportamento. Somos um povo muito solícito e, quase sempre, queremos agradar ao outro antes de nós mesmos.

Esse traço nos diferencia das pessoas de outras culturas. Em alguns momentos, essa tendência pode ter seu valor, mas se for um ato constante, a solicitude exagerada pode trazer inúmeras dificuldades na construção e na validação da própria pessoa.

Quem tem esse comportamento apresenta necessidade elevada de aceitação. A situação pode resultar em certa anulação de si mesmo - sentimentos de inferioridade e de inadequação. Em alguns casos, o indivíduo é conduzido a uma frustração gigante na vida.

Quem não tem facilidade para se posicionar acaba desrespeitando suas prioridades. A pessoa cria dificuldades desnecessárias para si e luta muito para atender às próprias demandas. São indivíduos que correm riscos constantes de não atingir objetivos pessoais por causa do tempo que gastam na solução dos problemas dos outros.

É muito importante fugir do individualismo. É necessário olharmos as necessidades alheias, mas nunca podemos deixar de analisar o encaixe das situações adversas mediante as questões pessoais. Se olhar em primeiro lugar não é egoísmo.

Planejar-se individualmente e respeitar o próprio ritmo são aspectos fundamentais até mesmo para que se consiga dar apoio a um conhecido, quando isso se faz necessário e possível.

A pronúncia do ‘não' precisa ser entendida como algo natural, possível e previsível em vez de ser interpretada como resposta ofensiva, um desprezo ou egoísmo de quem diz. Bom seria se fosse prática social fazer o seguinte questionamento diante de problemas: a solução para esse impasse pode estar no outro, nesse momento?

As pessoas que demandam muito do outro não querem perceber nem sentir. Na maioria dos casos, são verdadeiros egocêntricos, que não se sujeitam ao ‘não'. Em alguns momentos, causar certa frustração nesses indivíduos pode produzir mudanças na percepção e até mesmo amadurecimento analítico.

Preze pelo seu bem-estar, pois uma pessoa sempre disposta a atender às demandas alheias acaba projetando nela mesma dores físicas, ansiedade elevada, mau humor, atraso em todas as prioridades, dentre outros sentimentos e problemas.

Projete seu tempo com muito cuidado. É necessário estar bem para atender o outro. Lembre-se da regra: dentro do avião, a instrução, em caso de acidente, é colocar a máscara de oxigênio primeiro em você.


imagem retirada da internet


Angélica Falci

Angélica Falci é Psicóloga Clínica, Especialista em Saúde Mental/ Psicopedagogia. Foi gestora de Recursos Humanos na empresa SemeaRH, realizou atendimentos públicos na área de Saúde Mental e atualmente atende em clínica particular. Articulista de Revistas realiza seu trabalho em prol de um melhor trânsito a vida.

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