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SEVERIDADE

  • Foto do escritor: Tendência Inclusiva
    Tendência Inclusiva
  • 22 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Menos ódio, mais paz e amor!

O discurso que ando vendo por aí é sempre de um pedido de severidade maior em relação a tudo. Mais intervenção militar. Esquerdista tem que apanhar. “Favelado” tem que apanhar. Em resumo: todo mundo tem que apanhar, menos o locutor, que é um símbolo de integridade. O que não entendo do discurso dessas pessoas é que será que a pessoa não teve nenhum momento na vida que fosse bom e desejasse que o próximo tivesse uma oportunidade também dessa coisa boa ocorrer? Quando vejo pessoas falando dessa forma de maneira tão agressiva eu fico imaginando se a pessoa passou a infância trabalhando 14 horas por dia na enxada debaixo do sol, que dormia à noite sobre espigas de milhos, ajoelhada, que comia só pão e água. Imagino o pior cenário possível. Ou que cresceu no meio de uma guerra. Porque se essa pessoa está se achando um exemplo, ela deve ter saído de um filme de terror para poder desejar isso ao próximo.

Minha vida está longe de ser a vida ideal, rosa com flores e borboletas, mas também fui e sou uma pessoa feliz. Apesar de todos os pesares e ter momentos de querer desistir de tudo, desconfio que isso ocorra com todo mundo, eu me considero feliz. E me dá um nó da garganta quando conheço uma pessoa que está tendo coisas que para mim eram normais, negadas. Fico chateada, queria que a pessoa tivesse vivido o que vivi. Quando vejo as pessoas reclamando de Copa, exigindo menos “pão e circo”, eu acho que o problema da Copa ser tão valorizada é a falta de “circo”. Todos deveriam poder ver mais shows, mais Copas, mais Olimpíadas, mais teatros, mais museus, mais óperas, mais e mais. “Ah, mas aí é muito circo”.

Pois bem, só um circo para fornecer um pouco de cultura e conhecimento e deixar a ignorância menos ignorante. Não entendo essa cultura de que para conseguir as melhores coisas da vida é preciso necessariamente sofrer. Veja bem, sofrer é algo normal na nossa vida. Mas se imolar é outra coisa bem diferente.

O que isso tem a ver com “Tendência Inclusiva”? Tem tudo a ver.

Não deixe de ser solidário porque já sofreu por isso. Existem pessoas e pessoas no mundo, cada um com sua história e sua dor, mas se você vê alguém precisando de um auxílio, ainda que pequeno, auxilie. Abra a porta para alguém que quebrou o pé e está de muletas. Faça mais: segure a porta para essa pessoa passar.

Se alguém tem uma dificuldade locomotiva, física, tente ser útil. O mesmo vale para quem não tem tantos privilégios financeiros. É ruim a cara da miséria, mas se você pode fazer algo para tornar o dia daquela pessoa menos doloroso, tente. Às vezes a gente tenta ser útil e a por um mal entendido a pessoa torce a cara para você. Não leve isso adiante. Não deixe de ser alguém generoso porque existem os mesquinhos.

Aquela pessoa tem dificuldade em escutar? Tente falar mais alto, de frente à pessoa... se não der certo, paciência. Uma outra oportunidade tente ser solidário. Estou acostumada a pessoas me acharem arrogantes, sem educação ou sei lá mais o que porque não respondi ao bom dia, ou a ignorei... Você parou para pensar que eu simplesmente não ouvi? Acho importante julgar menos as coisas pelas aparências (infeliz de quem vive disso e eu não tenho inveja).

O que eu descrevi nesse pequeno texto tem um nome: chama-se empatia.


imagem retirada da internet


Lígia Ríspoli D'Agostini

Lígia Ríspoli D'Agostini é formada em Jornalismo, tendo pós-graduações em Communication Brand e Comércio Exterior. Atualmente é estudante de Direito e autora de poesias do livro "Variáveis sobre um mesmo tema-uma viagem pela alma. É também possui surdez moderada em ambos ouvidos, tendo que usar aparelhos. Ela espera, com o Tendência Inclusiva, contar alguns casos sobre "viver na pele" a deficiência auditiva.

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