ESTE LOUCO AMOR NÃO É AMOR
- Tendência Inclusiva
- 6 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Falar sobre relacionamentos amorosos nos conduz em primeira instância a pensar nas relações saudáveis e com boa estabilidade. O ideal para viver e sentir a vida com a devida segurança psíquica.
Infelizmente, presenciamos cada vez mais um índice alarmante de relacionamentos mal localizados em suas ações e sentimentos e que em alguns casos partem para o passional.
Shakespeare deixou um grande legado em sua obra e clareou muito bem este amor que cega, aprisiona e anula. Quando não ocorre a devida correspondência instala-se o ódio e a possessão.
Ocorre um vício que domina da mesma forma como uma dependência química. E em muitos casos um sofrimento conjugal que passa a respingar em muitas famílias que ficam apavoradas pelo medo de perder seu ente querido perseguido pelo apaixonado doente.
Relações afetivas doentes geram transtornos com intenso desconforto emocional. O medo domina e superar leva um tempo prolongado. Muitas vezes o agredido não apresenta forças para sair desta situação. Se submete, mas sem alegria, sem amor próprio, como se não estivesse vivo.
Quando o amor se transforma em ódio por não ser correspondido, automaticamente libera o sentimento de rejeição e faz com que haja um total descontrole. Quando o agredido consegue sair verdadeiramente de uma relação patológica, continua recebendo sérios riscos persecutórios.
Sabemos que uma pessoa sem controle emocional o qual não suporta a perda e não lida bem com as frustrações da vida se torna risco potencial para desenvolver doenças, tais como: depressões graves, ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo e em casos extremos podem desenvolver ideações suicidas / homicidas. São patologias que podem acometer os dois lados: o agressor e o agredido.
Fora as doenças mentais mais severas que podem contribuir para atos insanos no espectro relacional.
Não podemos fazer vista grossa diante de um relacionamento “doente” que avança com ameaças, explosões agressivas, punições, cerceamentos. Muitas pessoas sofrem essa sujeição abusiva pelo medo e vergonha social. Alguns sofrem calados durante anos. Relações estas que encenam no contexto social e dentro de casa é uma calamidade pois um destroça tudo que pode gerar dignidade e integridade vivencial.
Relação entre um algoz e sua vítima. Isso Não é uma relação de amor e sim um cárcere cruel. Isso não é amor e sim uma doença mental.
É importante estar atentos aos relacionamentos amorosos e devidas atitudes, pois geralmente são sinalizados. Cabe a família fornecer apoio e cuidado psicológico afim de prevenir cenas trágicas que podem deixar marcas severas no âmbito pessoal e/ou familiar. Seja para aquele sem controle emocional, seja para a pessoa que se submete. Todos os dois lados precisam de ajuda.
Sabemos que os adolescentes estão aprendendo a relacionar amorosamente e uma fase onde todo sentimento é muito intenso e vivaz, vindo desenrolar desde um simples ciúme até uma obsessão patológica.
Alguns que não forem bem orientados em sua fase inicial podem conduzir sua vida adulta num modo comportamental não aprazível e gerador de muito sofrimento. Observar e prevenir possui um potencial incrível para ajudar neste desenvolvimento.


Angélica Falci é Psicóloga Clínica, Especialista em Saúde Mental/ Psicopedagogia. Foi gestora de Recursos Humanos na empresa SemeaRH, realizou atendimentos públicos na área de Saúde Mental e atualmente atende em clínica particular. Articulista de Revistas realiza seu trabalho em prol de um melhor trânsito a vida.
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