BIRRA: O TERROR DOS PAIS.
- Tendência Inclusiva
- 15 de dez. de 2017
- 4 min de leitura
Nas últimas semanas tenho me dedicado ao entendimento e compreensão da “birra”, tanto infantil quanto de adultos emocionalmente imaturos.
A birra não é para ser rotulada como “proveniente de criança chata”, ou “que não tem limites na criação”. Não. Ela é parte do desenvolvimento da criança, é como ela encontra de se expressar frente aos obstáculos e às negativas que lhes são impostas.
Em uma conversa com um cliente que perdeu seu filho aos 5 anos, ele me disse mais ou menos assim “sabe, Krishnaya... se eu soubesse que a vida levaria meu filho ainda tão pequeno, eu teria tentado entender todas as vezes em que ele contrariado se jogou no chão em locais públicos e que eu ao invés de acolhê-lo, apenas gritei e me irritei a ponto de desejar que aquela criança não fosse meu filho naquele momento tamanha a vergonha que eu sentia... e que em todas essas situações acabei por ser mais infantil que ele...”
E encontrei na internet (no site 4daddy) um texto muito bem colocado sobre o assunto da BIRRA, de autoria da Psicóloga Silvia Gomara Daffre que enfoca de forma clara os motivos dessa manifestação, e senti grande ímpeto em compartilhá-lo com vocês.
O texto diz assim:
“A Birra é uma das queixas mais frequentes de pais e educadores de bebês é a de que, à partir dos dezoito meses de vida, quando contrariados, os bebês choram, sapateiam, gritam, jogam-se no chão e, às vezes, tentam agredir quem está por perto."
Durante alguns minutos ficam inconsoláveis, não aceitam explicações e parecem vivenciar uma catástrofe.
Tais acessos de raiva, manifestados corporalmente diante de qualquer frustração de seu desejo, constituem o que comumente se chama de birra.
A birra faz parte do processo de desenvolvimento de todo ser humano. Ela surge quando o bebê e a criança pequena encontram obstáculos que os impedem de realizar seus desejos.
“A birra é uma expressão da frustração e do desagrado da criança ao se dar conta de que nem tudo lhe é permitido. ”
Em torno dos dezoito meses, o bebê está em plena expansão de sua independência, costuma querer fazer tudo que acredita ser possível, sem muita noção de limites e perigos. Nem todos os seus desejos são possíveis, e as frustrações são inevitáveis, além de necessárias ao desenvolvimento saudável da criança.
A birra não é pessoal
Querer e não poder gera no bebê uma tensão, geralmente manifestada através da birra.
É bom ressaltar que a birra não significa um conflito entre o bebê e a pessoa que o frustrou, mas uma manifestação de desagrado pelo impasse entre o querer e o não poder. A expressão deste desagrado se dirige geralmente a quem dá o limite.
De qualquer forma, os pais e educadores muitas vezes ficam confusos, e até perplexos, diante da intensidade das crises da birra, oscilando entre diferentes sentimentos: sentir raiva, bater ou, então, não suportando a choradeira, fazer o que a criança deseja.
É uma situação que costuma tirar os adultos do sério, e a criança percebe que estes “acessos” provocam reações intensas nos adultos, sejam elas de enfrentamento ou submissão. O bebê e a criança pequena têm o direito de expressar sua frustração por não conseguir o que deseja. É importante que os pais, os educadores reconheçam o desejo da criança, o que não implica atendê-lo em tudo.
Como os pais e educadores podem lidar com a birra:
Evitar situações que possam desencadear a crise de birra;
Mudar a criança de ambiente;
Apresentar algo que atraia sua atenção desperte seu interesse;
Esperar passar;
Quando possível, ignorar: não há show sem plateia.
Autoridade e autoritarismo
Impor limites, é dizer sim e não na hora certa. Colocar de forma clara limites não significa gritar ou falar rudemente. Ser firme, explicar os motivos e agir com coerência não é ser autoritário. Autoritário é quem não explica o motivo do não. Outra forma desta atitude autoritária pouco saudável é ser afetivo apenas quando a criança se comporta bem.
“Se você fizer isto, não gosto mais de você. ” Apelar para os sentimentos gera conflitos e pode ser usado pela criança quando ela quer agredir o adulto.
Disciplina quer dizer ensinar e não punir
Em casos em que o castigo faz parte do processo, ele deve seguir-se imediatamente à birra ou outro comportamento e respeitar os sentimentos da criança. Depois é necessário que os pais e educadores conversem com a criança castigada; dizer que gostam da criança, mas não podem permitir que reaja daquela forma.
Conversar com a criança depois da birra, costuma ajudá-la a perceber que existe um motivo pelo qual as coisas não são possíveis e que estes motivos têm que ser respeitados. Combinar com ela o que pode ou não pode fazer e manter uma postura coerente em relação ao “não” ajuda na colocação de limites nesta fase de crescimento. Daí a necessidade de pensar bem antes de fazer uma proibição.
Respeitar os combinados não é simples; os pais e educadores terão que voltar a conversar várias vezes; trabalhar regras é um longo exercício. É importante que os pais e educadores deem espaço para a criança poder se desculpar pelo que fez. Compreender que a bronca não deve assustar a criança mais ainda, mas servir de referência para que a criança possa aprender a reconhecer o que está fazendo e parar.
Assim a criança aprenderá a viver a frustração e a superá-la. A criança que reconhece e pode agir sobre seus próprios limites já é uma criança segura. É com o tempo que aprenderá a ter a autodisciplina. ”
Era isso.
Espero sinceramente que o texto acima tenha lhes acrescentado em algo, e que na próxima edição eu os encontre em paz.

Krishnaya é Terapeuta Holística com especialização em Acupuntura, Auriculoterapia, Acupuntura sem Agulhas, Massoterapia com Especializações, Numerologia, Radiestesia, Mesa Radiônica Espiritual, Mestre em Reiki em diversos Sistemas, Medicina Tradicional Chinesa, Metafísica, Mantras e Meditação, além de outras formações dentro da área Holística, Alternativa e Complementar. Atua em atendimentos e Cursos Livres no modo online e presencial, além de palestras e Work Shops com Vivências de Coaching Holístico.
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