A ECONOMIA CRIATIVA NA MODA.
- Tendência Inclusiva
- 15 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
A reutilização dos resíduos têxteis no desenvolvimento de peças artesanais é uma prática a ser cada vez mais explorada e valorizada na área do design.

Essas ações exigem contato direto com o lugar, as pessoas, as oficinas e o aproveitamento das potencialidades dos materiais da região, envolvendo equipes multidisciplinares para a redução de matéria-prima, racionalização de mão de obra, otimização de processos produtivos, intermediações entre comunidades e o mercado, além de atribuição de valores intangíveis aos objetos artesanais.
Para Borges (2011), o artesanato exprime linguagens próprias com identidade cultural, é uma experiência que consolida valores de sustentabilidade e que compreende os conceitos de ambientalmente correto, economicamente viável e socialmente responsável e justo.
É preciso resgatar esse patrimônio artesanal através de técnicas específicas dessa atividade para a criação e o desenvolvimento de novos produtos que alcancem uma dimensão simbólica. Os conceitos ligados à produção artesanal refletem conhecimento especializado, costumes e valores intangíveis aos produtos, prolongando seu ciclo de vida.
Com base em medidas para a valorização e racionalidade no uso dos recursos, a indústria de confecção do vestuário poderá criar valores econômicos, sociais e ambientais, para minimizar os seus impactos e, consequentemente, conceber novos mercados e economias.

Economias que buscam formas alternativas de produção, articulando múltiplas atividades, constituindo-se na cooperação, integração, solidariedade e envolvimento.
A inovação em relação à sustentabilidade deve ser um diferencial para as novas marcas de moda que consideram as questões ecológicas, produzindo peças com baixo impacto ambiental e social, valorizando os aspectos culturais e éticos.
Dessa forma, crescem as marcas de moda que representam práticas socioambientais e inovações sociais por meio de algumas alternativas viáveis de produção e princípios voltados para a solidariedade, participação dos atores envolvidos e sustentabilidade.
Essas marcas de moda devem considerar os impactos dos seus processos produtivos e produtos com o propósito de promover novos modelos de consumo, utilizando tecidos reciclados, ecológicos e orgânicos, estimulando o comércio justo, valorizando os fornecedores locais e nacionais, compatíveis e coerentes com os princípios e processos produtivos sustentáveis.


Gabriela Marcondes é Consultora em Gestão socioambiental dos resíduos têxteis, Designer de Moda com 18 anos de trajetória profissional na área da indústria de confecção do vestuário. Pesquisadora e Professora Universitária com 16 anos de experiência acadêmica nos cursos de graduação em Design de Moda em B.H. e atualmente no curso de pós-graduação MBA em Direção Criativa de Moda.Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local pelo Centro Universitário Una, Belo Horizonte e graduada em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina (FASM), São Paulo. Autora do Manual para implementação da Gestão socioambiental dos resíduos sólidos têxteis nas indústrias de confecção do vestuário. Autora do artigo publicado na Revista Educação Ambiental em Ação: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: o desafio de implementação de práticas para a gestão socioambiental dos resíduos sólidos têxteis, Revista Educação Ambiental em Ação, 2016.
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