EU ESTOU AQUI!
- Tendência Inclusiva
- 30 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
É fato que a contribuição tecnológica é gigante em diversas vertentes. E utilizada tanto para aproximar as pessoas, quanto para reduzir o contato real entre elas, depende do seu envolvimento e percepção. Infelizmente, muitas pessoas estão perdendo o bom senso. E assistimos um entretido com o celular num canto da casa ou sozinhos no quarto assistindo à TV. E é fato que muitas famílias estão sentindo o impacto disso, pois aumentaram os relatos da falta do outro. Sentem falta do tempo em que se sentavam à mesa, todos próximos de verdade, jogando assuntos fora ou se divertindo com jogos de tabuleiro. Isso é raridade hoje em dia!
Com isso aumentaram os pedidos de ajuda e a busca por maiores informações sobre o tema: Tecnologia e Relacionamentos.
A fixação com a tecnologia se refletem no aumento da frieza e ma negligência na criação dos filhos. Muitas crianças reclamam que os pais só ficam no celular e nem olham para elas. Elas desejam gritar: “EU estou AQUI”. É muito triste observar essa carência afetiva ganhar espaço. E pensar que o problema poderia ser solucionado com a simples desativação do aparelho. O que precisamos é da atenção, do olho no olho, da segurança que uma pessoa passa à outra quando está realmente ao lado dela e interessada no que está dizendo. Não sou contrária, de forma alguma, a tecnologia. Utilizo-a bastante, mas precisamos aprender a dosar a intensidade desse uso e o que isso pode gerar em nossos relacionamentos. Há algo mais importante que viver bem com nossa família e os amigos? Essa é uma reflexão que precisamos fazer todos os dias. Ficar atento a isso é extremamente importante para evitarmos rebeliões internas e até mesmo compulsões que podem atingir aqueles que mais amamos. Ao assistir a um programa de TV, vi o desespero de uma mãe que internou o filho adolescente porque ele não soltava o videogame. Era a única atividade do rapaz ao longo de muitos meses. Senti uma tristeza profunda com essa história. É real e muito danoso para o emocional de qualquer pessoa viver dessa forma, imersa em algo fantasioso. Essas pessoas passam a seguir o que dita os jogos e deixam sua vida real à deriva. Os benefícios tecnológicos são muitos. Jogar faz bem para o desenvolvimento neurológico, atualiza o conhecimento e ajuda a resolver questões imediatas de forma rápida e eficaz. Mas o excesso vira vício. E o excesso de facilidades constrói uma geração superficial e inerte nos seus sonhos e em suas buscas pessoais.
Isso leva a um extremo que pode danificar o que temos de mais precioso. E pode ser necessário um tratamento, da mesma forma que um usuário de drogas necessita de um acompanhamento para se livrar do vício. Relações destruídas, vícios, afastamentos, tudo isso leva a pensarmos na tecnologia como uma algo negativo, mas a tecnologia bem utilizada pode ser como uma ponte que dá acesso a caminhos inusitados. Lembre-se: O extremo condena, mas a ótica bem construída e o bom senso fazem toda a diferença. Olhem quem está por perto!


Angélica Falci é Psicóloga Clínica, Especialista em Saúde Mental/ Psicopedagogia. Foi gestora de Recursos Humanos na empresa SemeaRH, realizou atendimentos públicos na área de Saúde Mental e atualmente atende em clínica particular. Articulista de Revistas realiza seu trabalho em prol de um melhor trânsito a vida.
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