UM CAUSO E NADA MAIS...
- Tendência Inclusiva
- 21 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Escrever sobre Terapia ou Educação Assistida por Animais deveria ser algo fácil pra mim que já trabalho com isso há algum tempo, mas não. A responsabilidade é grande. Grande porque estaremos tratando de pessoas que de alguma forma estão carentes de algo e de animais que para mim, são seres muito mais evoluídos que nós, míseros seres humanos. Nós os adestramos e os domesticamos para que eles possam nos ensinar tolerância, paciência, amor incondicional, valores que hoje andam tão esquecidos ou deixados de lado. Eles não são rancorosos e não vivem de passado, claro, o cérebro armazena alguns traumas na maioria das vezes causados por nós, mas a alma é livre, liberdade que estamos longe de conhecer ou de sentir. Eles não têm vergonha de demonstrar amor, e são fiéis. Só aí já daria um bom tema pra qualquer psicólogo discutir em uma sessão, mas não é o meu caso, já que trabalho na área da aprendizagem, mas quando acho que estou ensinando algo, sou eu quem mais estou aprendendo. Meus mestres são eles, os animais, e meus "meninos" que é como chamo todos, crianças, adultos ou adolescentes, não importa. Deu pra ver a possessividade aí né? Meus meninos...
Bom, mas acho que pra começar, vou contar um causo como boa mineira que sou. Esse causo é sobre um senhor e seu cachorro. Na verdade, esse cachorro, que não vou nomear, porque ele tinha vários nomes por causa da neta, teve um papel importante e sem saber, fazia por conta própria uma terapia diária com o senhor. O senhor, que também não vou nomear porque não importa trabalhou toda sua vida, conhecia as histórias e as artes, era um mestre, um intelecto à parte, acadêmico e leitor principalmente, com memória de relatos e de fatos.
O cachorro, como dizem, era a cara do dono. Vou fazer um parêntesis: tenho sete cães, como vou saber qual deles é a minha cara? Quem souber por favor me responda.
Mas enfim, no caso do senhor e do cachorro isso era verdade. Cara de um, focinho do outro? Exatamente. E os dois estavam sempre juntos. Um dia, esse senhor deixou de ser útil, foi aposentado. Deprimiu, envelheceu, envergou, quase se esqueceu. E o cachorro? O levava para passear todos os dias, e ele começou a conversar, a conhecer pessoas novas e cachorros novos, a conversar, a se lembrar.
Luciana Villela

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