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QUANDO A TOLERÂNCIA É MAIOR QUE A INDIGNAÇÃO...

  • Foto do escritor: Tendência Inclusiva
    Tendência Inclusiva
  • 27 de jun. de 2016
  • 3 min de leitura

Estamos cercados há um mês sobre várias notícias envolvendo estupros coletivos, atos que nos deixam indignados com tamanha maldade, frieza dos participantes, nos deixando com a sensação que o ser humano está perdendo sua humanidade e amor ao próximo.

O que assusta de fato é a forma como isso tem sido tratado entre nós, algumas se indignam com os estupradores, tendo a clareza que a mulher foi sodomizada, humilhada e execrada em sua feminilidade e condição de pessoa humana, outras colocam a culpa na vitima como se ela provocasse, quisesse e gostasse de sofrer tal violência, a normalidade do mal entre nós... Sim, eu disse “outras” que significa mulheres, nós também condenamos as nossas companheiras, porque somos educadas para serem tão machistas quanto os homens que nos cercam.

No momento que criticamos a roupa, o comportamento de outras mulheres, fazendo coro a sociedade em seus comentários culpabilizando a mulher, somos piores do que o restante, pois estamos nos igualando aos nossos algozes, aos abusadores, torturadores, pode isso ser normal?

Como aceitamos essa expropriação da humanidade, o direito de escolher o que é bom pra si e tivéssemos o direito de ir lá tomar pra si a força o corpo do outro como se isso fosse praticas de uma sociedade embasada em Direitos Humanos? Porque somos tolerantes com tais comportamentos e não saímos de nossa zona de conforto para nos posicionar contra as regras de uma sociedade arcaica, machista, sexista e misógina?

Qual o problema entre nós, mulheres que não nos comovemos com a dor da outra? Será que temos dentro de nós que a mulher deve sofrer só porque é outra mulher e acreditamos que nos foi ensinado que ser mulher é sofrer?

Não acredito nisso, ainda parto da premissa que somos mal orientadas em nossa casta de mulher, pois é transmitida de mãe para filha a submissão, ser ótima dona de casa, mãe, tolerância com “personalidade” masculina de ser garanhão e o pior que ensinamos, repassamos para nossas meninas e nossos meninos a permissão das características abusivas que são confiadas a eles como se fosse a garantia da perpetuação do machismo.

A mulher atual precisa se livrar desta roupagem machista e sexista que a sociedade a obrigou vestir, rever seus pontos de vista, não aceitar mais homens abusivos, machistas em suas vidas ou camas, mesmo que fique sozinha, mas bem acompanhada com ela mesma. Ainda precisamos e muito do feminismo para aprender a ser mulher e acreditar que o nosso lugar é onde quisermos...


Brisa Ramos é madrinha da Campanha Stop da Ong Essas Mulheres

Foto: Brina Ribeiro


Márcia Gori é Bacharel em Direito-UNORP, Presidente-fundadora da Ong “ESSAS MULHERES”, Idealizadora da Assessoria de Direitos Humanos - ADH Orientação e Capacitação LTDA, Ex-presidente do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência - CEAPcD/SP 2007/2009, ex - apresentadora do Programa Diversidade Atual no canal 30-RPTV, ex-Conselheira Estadual do CEAPcD/SP 2009/2011, ex-Presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São José do Rio Preto/SP 2009/2012. Idealizadora do I Simpósio sobre Sexualidade da Pessoa com Deficiência do NIS – Núcleo de Inclusão Social da UNORP, Seminário sobre Sexualidade da Pessoa com Deficiência na REATECH 2010 a 2015, co-realizadora do I Encontro Nacional de Políticas Públicas para Mulheres com Deficiência em 2012, capacitadora e palestrante sobre Sexualidade, Deficiência e Inclusão Social da Pessoa com Deficiência, modelo fotográfico da Agência Kica de Castro Fotografias. - www.essasmulheres.org

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