MITOMANIA: UM MUNDO PERIGOSO
- Tendência Inclusiva
- 23 de fev. de 2016
- 2 min de leitura
Sabemos que a mentira tem sua raiz na infância, quando as crianças, em desenvolvimento psicossocial, ainda imaturas mentalmente, podem mentir diante de alguma recorrência. Em geral, elas possuem dificuldades de enfrentar frustrações e críticas e acabam mentindo numa tentativa de autopreservação e proteção da sua autoimagem. E ainda temos uma cultura que favorece a mentira, ou seja, você não pode dizer o que pensa e sente, desde pequeno, por exemplo: “agradeça e diga que amou todos os presentes recebidos”. Mesmo sendo uma meia, quando queríamos um brinquedo e por aí vai. Estas “regras sociais” acabam por engessar a nossa naturalidade, e pior, externar a mentira como sendo saudável. Não existe mentira boa ou ruim. O que saiu do contexto real é mentira e pronto.
Por sorte, com as boas orientações dos responsáveis, a criança irá absorver melhor as consequências e formar assim uma personalidade autêntica e com menos receio de se posicionar. Para isso é necessário que a criança esteja rodeada de pessoas coerentes com a realidade e retas em suas atitudes; patamar formador dos princípios da “verdade dentro da realidade”.
Podemos dizer que a mentira se torna patológica quando assume um caráter perceptivo e inclinado à Mitomania. Quando a mentira pode ser intensificada como verdade e sem nenhum critério e preocupações sobre as consequências, como se não houvesse negativas que pudessem ser descobertas. Gera também certo gozo, um sentimento de prazer e poder neste mundo paralelo construído da forma como simula e dissimula.
E quando as pessoas acreditam em suas “estórias” aumenta ainda mais o gozo de se sentir aceito e valorizado. O que pode ampliar seu contexto fantasioso e mitomaníaco. Esse transtorno pode ter origem na baixa autoestima e no fraco amor-próprio, iniciado desde tenra idade. Pode também encontrar-se na superestimação de suas crenças, na dificuldade de lidar com suas angústias e/ou frustrações diante de algo que o seu emocional não consiga elaborar. Está também associado a alguns transtornos de ordem psiquiátrica mais severos.
Esta tendência patológica de mentir provoca muitos dissabores e desajustes em todas as áreas da vida. Com um pouco de convivência se torna fácil identificar e perceber. É claro que temos entre nós os psicopatas / sociopatas, que são mestres nesta arte da mentira, em busca de ganhos egocêntricos. Contudo, tirando essa porcentagem de pessoas, a mitomania existe também e provoca muitos conflitos, pois a falta de credibilidade vem gerar a destruição nos relacionamentos e o isolamento, em muitos casos.
Uma pessoa que apresenta esse comportamento geralmente sabe que o possui, embora em alguns episódios possa ficar confusa entre realidade e fantasia. Difícil mesmo é encarar como um problema de ordem emocional e social e quando buscam ajuda profissional, muitas vezes, já chegam muito depreciados e vitimizados, sem o desejo de tomar consciência para mudar de verdade uma vida de mentiras.
Reflita sobre suas vivências e busque sempre encontrar princípios que regem o bom senso. Caso seja perceptivo uma Mitomania não demore a buscar ajuda. Evite a evolução e se fortaleça para encarar a vida de verdade!
Angélica Falci
Revisão: Sílvio Carvalho

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